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Vitamina D

Todo mundo precisa tomar vitamina D?

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prosaude
15/04/2025
A suplementação de vitamina D virou rotina para muitas pessoas. No entanto, devido ao uso indiscriminado e sem orientação profissional, a Sociedade Americana de Endocrinologia, nos Estados Unidos, lançou novas diretrizes sobre o uso adequado dessa substância, em junho. Segundo a entidade, desde 2011 — ano da publicação das diretrizes anteriores — diversos estudos relevantes […]

A suplementação de vitamina D virou rotina para muitas pessoas. No entanto, devido ao uso indiscriminado e sem orientação profissional, a Sociedade Americana de Endocrinologia, nos Estados Unidos, lançou novas diretrizes sobre o uso adequado dessa substância, em junho.

Vitamina D
Vitamina D

Segundo a entidade, desde 2011 — ano da publicação das diretrizes anteriores — diversos estudos relevantes foram realizados e precisavam ser incorporados às recomendações. Para isso, foi criado um painel multidisciplinar de especialistas que identificou e priorizou 14 questões clinicamente relevantes sobre a suplementação de vitamina D.

No organismo, essa vitamina tem como principal função regular os níveis de cálcio e fósforo no sangue, o que é essencial para a saúde óssea. Além disso, ela também apresenta efeitos importantes sobre a função muscular e o sistema imunológico.

O documento representa um passo importante para uma abordagem mais embasada em evidências. Essas diretrizes evitam a suplementação excessiva e reconhecem os riscos e benefícios do nutriente. Também ajudam a reduzir exames desnecessários, evitando desperdício de recursos em saúde.

Foco na prevenção

Vitamina D
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As novas diretrizes buscam avaliar se a suplementação realmente previne doenças. Diferente das versões anteriores — que eram voltadas principalmente a pessoas com doenças crônicas, como osteoporose e câncer —, as novas recomendações se destinam à população em geral.

Novas recomendações

Vitamina D
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Com base nas evidências científicas mais recentes, os especialistas definiram que alguns grupos devem receber suplementação de vitamina D sem a necessidade de exames prévios para dosar os níveis da substância.

O fato de analisarmos quem são os indivíduos de risco que devem tomar a suplementação sem condicioná-la ao exame é uma das grandes novidades deste. A exigência da dosagem pode restringir o acesso de quem realmente precisa de doses maiores da vitamina.

De acordo com o documento, os grupos que devem receber suplementação são:

  • Crianças e adolescentes de 1 a 18 anos, pois o nutriente reduz o risco de raquitismo e pode prevenir infecções respiratórias agudas;
  • Idosos com mais de 75 anos, nos quais a vitamina minimiza o risco de mortalidade;
  • Gestantes, já que a suplementação ajuda a prevenir pré-eclâmpsia, parto prematuro e baixo peso ao nascer;
  • Pessoas com pré-diabetes, pois o nutriente pode reduzir a probabilidade de evolução para diabetes tipo 2.

No Brasil, há particularidades que merecem atenção: vivemos em um país tropical, onde uma das principais fontes de vitamina D é a exposição solar. Os raios UV são capazes de ativar a síntese da substância no organismo.

Por isso, além dos grupos já mencionados, têm maior risco de deficiência as mulheres, pessoas obesas, indivíduos com pele mais escura, idosos e quem mora em regiões com menor incidência solar, como o Sul do país.

Cuidado com os excessos

Embora a suplementação seja benéfica para certos grupos — mesmo sem exames —, é importante evitar exageros. Nas doses médias recomendadas pelo consenso norte-americano (cerca de 600 unidades por dia para a população em geral e 800 unidades para grupos com maior necessidade), não há risco de intoxicação.

No entanto, o uso de doses muito altas por longos períodos pode ser prejudicial.

Ao contrário do que muitos pensam, mesmo sendo uma vitamina, ela não é inofensiva. Altas doses prolongadas podem causar elevação do cálcio no sangue, náusea, vômito, fraqueza, anorexia, desidratação e até insuficiência renal.

Em casos mais graves, também podem ocorrer efeitos neuropsiquiátricos — como confusão mental, psicose ou coma — além de complicações como pancreatite e bradiarritmia (ritmo cardíaco anormalmente lento).

Conclusão

O ideal é não tomar suplementos por conta própria. Consultar um especialista para definir a necessidade e a dose adequada é sempre a melhor decisão. Isso garante o uso seguro da vitamina D e evita riscos desnecessários à saúde.