
Alimentação errada causa obesidade infantil, doenças e morte

A obesidade infantil é uma preocupação crescente, afetando milhões de crianças em todo o mundo. Este problema periódico, se não tratado, pode resultar em doenças graves e até mesmo em morte precoce.
Dados do Ministério da Saúde mostram que 15,9% das crianças menores de cinco anos e 29,3% das crianças de cinco a nove anos estão acima do peso. Notificações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional revelam que 16,33% das crianças brasileiras entre cinco e 10 anos estão com sobrepeso, 9,38% com obesidade e 5,22% com obesidade grave.
Nos últimos 40 anos, a obesidade infantil no mundo aumentou de 1% para 6% em meninas e de 1% para 8% em meninos. Um detalhe importante é que a maioria (cerca de 70%) dos adolescentes com obesidade manterá a condição na vida adulta.
De acordo com as projeções da Organização Pan-Americana de Saúde, se as tendências atuais persistirem, até 2022 haverá mais crianças e adolescentes com obesidade do que com desnutrição moderada e grave.
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Causas e consequências
A obesidade infantil pode ser causada por diversos fatores, incluindo genéticos, má alimentação e falta de atividade física. Além disso, algumas crianças podem desenvolver obesidade devido a condições médicas, como doenças hormonais ou uso de certos medicamentos.
Uma dieta rica em alimentos ultra processados, como biscoitos recheados, salgadinhos e refrigerantes, combinada com o sedentarismo, é uma das principais causas do aumento da obesidade entre crianças.
As crianças obesas têm maior risco de desenvolver uma série de complicações, como:
- Físicas: Colesterol alto, diabetes tipo 2 e problemas ósseos e saúde física;
- Emocionais: Baixa autoestima, depressão;
- Sociais: Dificuldades sociais, como a intimidação.
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Problema de saúde pública
A obesidade infantil acontece quando uma criança apresenta peso maior do que deve para sua idade e altura. As faixas de Índice de Massa Corporal (IMC) determinadas para crianças são diferentes dos adultos e variam de acordo com o gênero e a idade. Muitos fatores contribuem para o ganho de peso, mas os maiores vilões são a alimentação inadequada e a inatividade física associada ao excesso de horas de tela e ambiente em que as crianças estão inseridas.
A alimentação inadequada e a falta de atividade física são as principais causas da obesidade infantil, mas o ambiente em que a criança está inserida também contribui bastante. Desde os primeiros anos de vida, as crianças estão consumindo pouca variedade de alimentos saudáveis como frutas, verduras, alimentos in natura ou minimamente processados e estão sendo expostas muito cedo a doces, frituras, gorduras e alimentos ultraprocessados que podem prejudicar a sua saúde.
Recomendações
Prevenir a obesidade infantil exige um esforço conjunto de pais, educadores e autoridades de saúde. Incentivar uma alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes e vegetais, e promover a prática regular de atividades físicas são passos fundamentais para garantir o bem-estar das crianças.
Introdução da alimentação saudável no dia a dia da criança
O desmame precoce e a alimentação de baixa qualidade e pouco variada estão prejudicando o desenvolvimento das crianças e colaborando para o aumento da obesidade infantil.
São necessárias mudanças nos ambientes, mas também no estilo de vida e hábitos alimentares familiares. Alimentação saudável e balanceada, mais atividade física e menos tempo de telas. Entre as orientações, estão manter a amamentação exclusiva dos bebês até os seis meses, não ofertar açúcar e alimentos ultraprocessados até os dois anos, priorizar os alimentos in natura e minimamente processados, oferecer água em vez de bebidas adoçadas, manter a alimentação saudável fora de casa e incentivar brincadeiras como correr, pular corda e andar de bicicleta no lugar dos celulares e videogames.
Se estimulados desde a infância, ainda que em forma de brincadeiras, a prática de atividade física pode virar rotina e ter impactos positivos também no futuro. Brincadeiras são fundamentais para as crianças fazerem atividade física de forma prazerosa, com benefícios à saúde e ao bem-estar. Essa é uma boa alternativa para manter as crianças em movimento, com desenvolvimento da parte física e da parte cognitiva, ou seja, de memória e aprendizagem.